O grupo militar que implementou um regime ditatorial em Mianmar destruiu 47 igrejas e pelo menos 15 prédios ligados a congregações nos estados de Chin e Kayah, formados majoritariamente por cristãos.
Essa ofensiva contra os cristãos vêm sendo colocada em prática desde fevereiro de 2021, quando o grupo militar tomou o poder no país. Dentre os imóveis destruídos, foram 35 igrejas e 15 edifícios ligados a essas congregações no estado de Chin, e outras 12 em Kayah (estado que anteriormente era chamado Karenni).
A denúncia foi feita por grupos de direitos humanos, como Chin Human Rights Organization e o Karenni Human Rights Group, segundo informações do portal The Christian Post.
O estado de Chin faz fronteira com a Índia e sua população é formada por uma maioria cristã. Já em Kayah, que faz fronteira com a Tailândia, os cristãos formam uma parte substancial dos habitantes.
Mianmar, antes chamado Birmânia, fica no sudeste asiático e enfrenta uma guerra civil há mais de 70 anos, desde 1948. O conflito entre os militares do país, conhecidos localmente como Tatmadaw, e as milícias de minorias étnicas aumentou após o golpe militar em 1º de fevereiro de 2021, já que as milícias étnicas têm apoiado moralmente os manifestantes pró-democracia.
Desde o final de 2021, a junta nacionalista budista realizou artilharia e ataques aéreos em áreas civis no estado de Chin e no estado de Kayah por causa da forte resistência da população local nessas áreas, informou a imprensa local, acrescentando que edifícios religiosos em áreas cristãs – e também em áreas budistas – foram alvejados porque os civis muitas vezes se abrigam nelas quando os confrontos eclodem.
No final de março, tropas de militares vandalizaram e saquearam a Igreja Memorial Sang Fen na vila de Zokhua, na capital do estado de Chin, Hakha. Na véspera do Natal passado, os militares queimaram vivos pelo menos 35 pessoas que estavam fugindo dos conflitos, incluindo idosos, mulheres e crianças, em um vilarejo no estado de Kayah.
Os corpos das vítimas foram encontrados no dia seguinte ao massacre perto da vila de Mo So, na cidade de Hpruso: “Ficamos tão chocados ao ver que todos os cadáveres eram de tamanhos diferentes, incluindo crianças, mulheres e idosos”, disse um comandante da Força de Defesa Nacional Karenni, uma das maiores milícias civis que se opõem à junta nacionalista budista.
Fonte: https://noticias.gospelmais.com.br/grupo-militar-mianmar-destruiu-47-igrejas-153228.html